quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Versificação

Boa tarde, 2002 E 2003!
Eis aí a aula de hoje. Bons estudos!

Verso: cada uma das linhas do poema, que pode ter sentido completo ou não.
Estrofe ou Estância:  conjunto de versos; as estrofes encontram-se separadas por um espaço em branco.
Estrutura Estrófica: as estrofes podem ser classificadas consoante o número de versos que a constituem.
Número de de versos                  Classificação das estrofes
                               1                                             Monóstico
                               2                                             Dístico
                               3                                             Terceto
                               4                                             Quadra
                               5                                             Quintilha
                               6                                             Sextilha
                               7                                             Sétima
                               8                                             Oitava
                               9                                             Nona
                      10                                               Décima
               Mais de 10                                        Irregular              

MÉTRICA é a medida ou quantidade de sílabas métricas que um verso possui.
ESCANSÃO é a divisão e a contagem das sílabas métricas de um verso, que não é feita da mesma forma que a divisão e contagem de sílabas normais, pois, segundo a Versificação:
Separam-se e contam-se as sílabas de um verso até a última sílaba tônica desse verso.
                   Ex: Es| tou | dei| ta| do | so| bre| mi| nha| ma| la
                          1      2      3    4     5      6     7     8      9     10 

Sílabas gramaticais
"Ah!/ Quem/ há/ de/ ex/ pri/ mir/, al/ ma/ im/ po /nen /te/ e/ es/ cra/ va" (Olavo Bilac) - 17 sílabas gramaticais.
 Sílabas poéticas
"Ah!/ Quem/ há/ de ex/ pri/ mir/,al/ ma im/ po/ nen /te e es/ cra/ va" (Olavo Bilac) - 12 sílabas poéticas.
 Na contagem de sílabas poéticas, as palavras estão ligadas umas às outras mais intimamente. É isso que confere ao texto o ritmo e a melodia próprios dos versos.
           O encontro entre duas vogais iguais é chamado de crase.
           O encontro entre duas vogais diferentes é chamado de elisão.
           As sílabas são contadas até a última sílaba tônica do verso.
Conta-se até à última sílaba tónica da última palavra do verso.
ex.:  Pa la vras não  e ram di  (tas)         
         O ca va lei ro a che gar
No interior do verso, a sílaba terminada em vogal une-se à sílaba seguinte, se esta também começar por vogal.
 ex.: Um/ cor/ po    a/ ber/ to/ co/ mo   os/ a /ni/ mais/



Estrutura Métrica
Número de sílabas
Classificação dos versos
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
Monossílabo
Dissílabo
Trissílabo
Tretassílabo
Pentassílabo ou redondilha menor
Hexassílabo
Heptassílabo ou redondilha maior
Octossílabo
Eneassílabo
Decassílabo
Hendecassílabo
Dodecassílabo ou Alexandrino


RITMO é o resultado da regular sucessão de sílabas tônicas e átonas de um  verso. Para os gregos, ele é um elemento melódico tão essencial para o  poema  quanto para a Música.
VERSOS LIVRES são versos que não seguem as normas da Versificação quando à métrica e/ou ao ritmo.
 SOM ou RIMA também é para os antigos um elemento essencial para que um poema seja uma POESIA. A rima é a identidade e/ou semelhança sonora existente entre a palavra final de um verso com a palavra final de outro verso na estrofe.
       Foneticamente, uma rima pode ser:
 PERFEITA - se houver identidade entre as terminações das palavras que rimam (neve/leve).
 IMPERFEITA - se houver apenas semelhança (estrela/vela).
       Morfologicamente, a rima é:
POBRE - quando as palavras que rimam pertencem à mesma classe gramatical (coração/oração).
 RICA - quando as palavras que rimam pertencem a classes gramaticais diferentes (arde/covarde).
Obs: A classificação é assim mesmo. Pobres – mesma classe gramatical. Ricas -  classe gramatical diferentes.

Quanto à posição na estrofe, as rimas podem ser classificadas como:
a)      emparelhadas ou paralelas (aabb)
    “Vagueio campos noturnos  a            
     Muros soturnos                 a          
     Paredes de solidão            b             
     Sufocam minha canção.”    b          
                                      (Ferreira Gullar)
b) cruzadas ou alternadas (abab)
    “Se o casamento durasse       a
    Semanas, meses fatais         b
    Talvez eu me balançasse       a
    Mas toda a vida... é demais!” b
                            ( Afonso Celso)
c) opostas, intercaladas ou interpoladas (abba)
   “Não sei quem seja o autor      a
     Desta sentença de peso          b
     O beijo é um fósforo aceso      b
     Na palha seca do amor!”         a        
                                       (B. Tigre)
d) continuadas: consiste na mesma rima por todo o poema.
e) misturadas: são as rimas que não seguem esquematização regular.
f) versos brancos: são os do poema sem rima.

POEMAS DE FORMA FIXA
    Alguns poemas apresentam forma fixa, o que já indica a preocupação formal do poeta em relação à sua obra e, assim, que ele segue à risca as normas da Versificação no momento da sua elaboração. São eles:
. Soneto: poema formado por dois quartetos e dois tercetos, normalmente composto por versos decassílabos e de conteúdo lírico;
 Balada: poema formado por três oitavas e uma quadra;
. Rondel: poema formado por duas quadras e uma quintilha;
.  Rondó: poema com estrofação uniforme de quadras;

PARANOMÁSIA: Quando numa mesma sentença temos o emprego de palavras parônimas, ou seja, palavras de sons parecidos, dizemos que ocorreu aí a paranomásia, figura de linguagem que consiste no emprego de palavras parecidas, numa mesma sentença, gerando uma espécie de trocadilho.
Ex.: Houve aquele tempo...
         (E agora, que a chuva chora, ouve aquele tempo!)
                                                                               (Ribeiro Couto)

PARALELISMO: Relação de equivalência, por semelhança ou por contraste, entre dois ou mais elementos. Em poesia, paralelismo é o termo que designa, habitualmente, a correspondência rítmica, sintática e semântica entre as estruturas. Há uma repetição da estrutura da frase com as mesmas palavras como outras diferentes. O paralelismo aparece associado muitas vezes à anáfora e à antítese.
«Se não fosse o rei! é a desculpa invariável
  dos ministros que não governam,
  dos oradores que não falam,
  dos jornalistas que não escrevem,
  dos intrigantes que não alcançam.»
                                                               (Eça de Queirós)

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